quarta-feira, 2 de maio de 2018

Lições de Negócios dos Antigos Rabinos

"Se as estatísticas estão corretas, os judeus constituem apenas um por cento da raça humana. Isso sugere um sopro de poeira de estrelas no esplendor da Via Láctea. Na verdade, nem se deveria ouvir falar dos judeus; mas se fala e sempre se ouviu falar deles.
O povo judeu tem tanto destaque no planeta quanto qualquer outro povo, e sua importancia comercial é extremamente desproporcional à pequenez do seu tamanho. (...)Todas as coisas são mortais, menos os judeus; todos os outros povos passam, mas eles permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade?"
Mark TwainAN ESSAY CONCERNING THE JEWS

Enquanto se discute se é o começo ou o fim da hegemonia americana no mundo, se estamos passando da marola ao maremoto no Brasil, ou como será o governo do Presidente Obama, vale a pena ler um livro, que retrata as lições de negócios dos antigos rabinos.

O jornalista Larry Kahaner, palestrante, consultor e autor de nove livros traduzidos para vários idiomas, ex-correspondente da Business Week em Washington, atual editor da revista Fleet Owner, escreve sobre O Talmude.

Uma das bases do judaísmo e da cultura judaíca, O Talmude não é uma obra religiosa. O Talmude babilônico (há um menor e um pouco diferente, o palestino ou de Jerusalém) é composto de discussões e debates entre antigos rabinos (rabbi, em hebraico, significa "mestre")

Valores, Prosperidade e o Talmude: Lições de negócios dos
Antigos Rabinos, 
oferece conselhos sobre negócios que subsistem há 
milhares de anos. Enquanto os modismos empresáriais vêm e vão, 
as antigas lições do Talmude são eternas, profundas, éticas 
e práticas - e para todos.

Clássicos como A Arte da Guerra, de Sun Tzu, e O Príncipe, de Maquiavel, 
são agora leitura comum nas escolas de administração, mas 
o Talmude (do hebraico Talmud, "estudo") tem sido esquecido, principalmente devido ao seu grande volume - 2,5 milhões de palavras -, e à crença errônea de que é uma obra religiosa, mística ou sagrada. 

Escrito em 500, mas baseado em tradições orais que datam de séculos 
antes; o Talmude é um amplo manual que trata de quase todos os aspetos da vida - medicina, criação de filhos, astrologia, leis, alimentos, 
religião, negócios, bens imóveis, educação, filosofia e matemática -, transmitidos de geração a geração. 

 Enfatiza os assuntos de negócios porque o comércio, mais do que 
qualquer outra atividade humana, testa nossa índole moral e revela nosso 
verdadeiro caráter, e porque os negócios nos oferecem algumas das 
melhores oportunidades de realizar bons atos, como fazer doações 
de caridade, dar emprego e criar prosperidade em nossas comunidades e no mundo. 

Em vez de demonizar a riqueza e o comércio, o Talmude nos ensina a tratar o comércio como uma maravilhosa oportunidade de aperfeiçoamento, desafiando-nos a pensar no trabalho e no dinheiro fora do enfoque limitado do egoísmo. 

Valores, Prosperidade e o Talmude é um guia conciso dessa filosofia de 
negócios comprovada. Além das questões básicas relativas ao dinheiro, inclui conselhos do Talmude sobre problemas complexos de relacionamento patrão-empregado, sociedades, concorrência e muito mais. 

Demissões
A lição geral do Talmude para os antigos empregadores era que deveriam tratar seus empregados com bondade, e que para isso não precisavam diminuir seus lucros. 

Os rabinos talmúdicos ensinavam que era possível ser um administrador justo mantendo a firmeza necessária para ser competitivo.

Durante o colapso da Enron, em janeiro de 2002, o New York Times traçou o perfil de vários funcionários que se sentiram traídos pela companhia. O web designer Mark Lindquist perdeu um emprego de US$ 56.000 por ano e manifestou o seu desprezo pelos altos executivos que venderam suas ações por milhões de dólares enquanto funcionários como ele eram demitidos por correio de voz.

Lindquist, que tinha que pagar altas contas de médicos para seu filho autista, disse que estava procurando um novo emprego, mas acrescentou: "Acho que nunca mais confiarei em outra empresa". Essa lamentável impressão negativa causada em um empregado por uma má experiência ocorreu milhares de vezes na Enron.

Um legado do trabalho
"O mérito do trabalho permanece com o homem, ao passo que os méritos dos seus antepassados não podem permanecer." (Tanhuma Va-yetze 13 - um Midrash de princípios da Idade Média)

Esta passagem afirma que o legado do nosso trabalho é maior do que tudo que nossos pais nos deixaram e que deixaremos para os outros após a nossa morte. Também é uma exortação aqueles que foram abençoados com riqueza desde o berço a abrir seu próprio caminho no mundo e não apenas se fiar no que receberam.


Kahaner salienta a contribuição mais importante do Talmude para os empresários modernos: um sistema baseado em valores testado pelo tempo que harmoniza nossas vidas profissionais, pessoais e espirituais. 

Ainda mostra como lucro e a prosperidade podem andar de mãos dadas com a honestidade, a bondade e o serviço comunitário.

Fonte: Kahaner, Larry. Valores, prosperidade e o Talmude: lições de negócios dos antigos rabinos. Rio de Janeiro: Imago, 2005, 268 pp.

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